Entrada triunfal de Jesus em Jerusalém
"São Mateus, 21
1.Aproximavam-se de Jerusalém. Quando chegaram a Betfagé, perto do monte das Oliveiras, Jesus enviou dois de seus discípulos, 2.dizendo-lhes: Ide à aldeia que está defronte. Encontrareis logo uma jumenta amarrada e com ela seu jumentinho. Desamarrai-os e trazei-mos. 3.Se alguém vos disser qualquer coisa, respondei-lhe que o Senhor necessita deles e que ele sem demora os devolverá. 4.Assim, neste acontecimento, cumpria-se o oráculo do profeta: 5.Dizei à filha de Sião: Eis que teu rei vem a ti, cheio de doçura, montado numa jumenta, num jumentinho, filho da que leva o jugo (Zc 9,9). 6.Os discípulos foram e executaram a ordem de Jesus. 7.Trouxeram a jumenta e o jumentinho, cobriram-nos com seus mantos e fizeram-no montar. 8.Então a multidão estendia os mantos pelo caminho, cortava ramos de árvores e espalhava-os pela estrada. 9.E toda aquela multidão, que o precedia e que o seguia, clamava: Hosana ao filho de Davi! Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus! 10.Quando ele entrou em Jerusalém, alvoroçou-se toda a cidade, perguntando: Quem é este? 11.A multidão respondia: É Jesus, o profeta de Nazaré da Galiléia. 12.Jesus entrou no templo e expulsou dali todos aqueles que se entregavam ao comércio. Derrubou as mesas dos cambistas e os bancos dos negociantes de pombas, 13.e disse-lhes: Está escrito: Minha casa é uma casa de oração (Is 56,7), mas vós fizestes dela um covil de ladrões (Jr 7,11)! 14.Os cegos e os coxos vieram a ele no templo e ele os curou, 15.com grande indignação dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas que assistiam a seus milagres e ouviam os meninos gritar no templo: Hosana ao filho de Davi! 16.Disseram-lhe eles: Ouves o que dizem eles? Perfeitamente, respondeu-lhes Jesus. Nunca lestes estas palavras: Da boca dos meninos e das crianças de peito tirastes o vosso louvor (Sl 8,3)? 17.Depois os deixou e saiu da cidade para hospedar-se em Betânia. 18.De manhã, voltando à cidade, teve fome. 19.Vendo uma figueira à beira do caminho, aproximou-se dela, mas só achou nela folhas; e disse-lhe: Jamais nasça fruto de ti! 20.E imediatamente a figueira secou. À vista disto, os discípulos ficaram estupefatos e disseram: Como ficou seca num instante a figueira?! 21.Respondeu-lhes Jesus: Em verdade vos declaro que, se tiverdes fé e não hesitardes, não só fareis o que foi feito a esta figueira, mas ainda se disserdes a esta montanha: Levanta-te daí e atira-te ao mar, isso se fará... 22.Tudo o que pedirdes com fé na oração, vós o alcançareis. 23.Dirigiu-se Jesus ao templo. E, enquanto ensinava, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo aproximaram-se e perguntaram-lhe: Com que direito fazes isso? Quem te deu esta autoridade? 24.Respondeu-lhes Jesus: Eu vos proporei também uma questão. Se responderdes, eu vos direi com que direito o faço. 25.Donde procedia o batismo de João: do céu ou dos homens? Ora, eles raciocinavam entre si: Se respondermos: Do céu, ele nos dirá: Por que não crestes nele? 26.E se dissermos: Dos homens, é de temer-se a multidão, porque todo o mundo considera João como profeta. 27.Responderam a Jesus: Não sabemos. Pois eu tampouco vos digo, retorquiu Jesus, com que direito faço estas coisas. 28.Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse-lhe: - Meu filho, vai trabalhar hoje na vinha. 29.Respondeu ele: - Não quero. Mas, em seguida, tocado de arrependimento, foi. 30.Dirigindo-se depois ao outro, disse-lhe a mesma coisa. O filho respondeu: - Sim, pai! Mas não foi. 31.Qual dos dois fez a vontade do pai? O primeiro, responderam-lhe. E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo: os publicanos e as meretrizes vos precedem no Reino de Deus! 32.João veio a vós no caminho da justiça e não crestes nele. Os publicanos, porém, e as prostitutas creram nele. E vós, vendo isto, nem fostes tocados de arrependimento para crerdes nele. 33.Ouvi outra parábola: havia um pai de família que plantou uma vinha. Cercou-a com uma sebe, cavou um lagar e edificou uma torre. E, tendo-a arrendado a lavradores, deixou o país. 34.Vindo o tempo da colheita, enviou seus servos aos lavradores para recolher o produto de sua vinha. 35.Mas os lavradores agarraram os servos, feriram um, mataram outro e apedrejaram o terceiro. 36.Enviou outros servos em maior número que os primeiros, e fizeram-lhes o mesmo. 37.Enfim, enviou seu próprio filho, dizendo: Hão de respeitar meu filho. 38.Os lavradores, porém, vendo o filho, disseram uns aos outros: Eis o herdeiro! Matemo-lo e teremos a sua herança! 39.Lançaram-lhe as mãos, conduziram-no para fora da vinha e o assassinaram. 40.Pois bem: quando voltar o senhor da vinha, que fará ele àqueles lavradores? 41.Responderam-lhe: Mandará matar sem piedade aqueles miseráveis e arrendará sua vinha a outros lavradores que lhe pagarão o produto em seu tempo. 42.Jesus acrescentou: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra rejeitada pelos construtores tornou-se a pedra angular; isto é obra do Senhor, e é admirável aos nossos olhos (Sl 117,22)? 43.Por isso vos digo: ser-vos-á tirado o Reino de Deus, e será dado a um povo que produzirá os frutos dele. 44.[Aquele que tropeçar nesta pedra, far-se-á em pedaços; e aquele sobre quem ela cair será esmagado.] 45.Ouvindo isto, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus compreenderam que era deles que Jesus falava. 46.E procuravam prendê-lo; mas temeram o povo, que o tinha por um profeta."
"São Marcos, 11
1.Jesus e seus discípulos aproximavam-se de Jerusalém e chegaram aos arredores de Betfagé e de Betânia, perto do monte das Oliveiras. Desse lugar Jesus enviou dois dos seus discípulos,
2.dizendo-lhes: "Ide à aldeia que está defronte de vós e, logo ao entrardes nela, achareis preso um jumentinho, em que não montou ainda homem algum; desprendei-o e trazei-mo.
3.E se alguém vos perguntar: Que fazeis?, dizei: O Senhor precisa dele, mas daqui a pouco o devolverá." 4.Indo eles, acharam o jumentinho atado fora, diante duma porta, na curva do caminho. Iam-no desprendendo, 5.quando alguns dos que ali estavam perguntaram: "Ei, que estais fazendo? Por que soltais o jumentinho?" 6.Responderam como Jesus lhes havia ordenado; e deixaram-no levar.
7.Conduziram a Jesus o jumentinho, cobriram-no com seus mantos, e Jesus montou nele.
8.Muitos estendiam seus mantos no caminho; outros cortavam ramos das árvores e espalhavam-nos, pelo chão.
9.Tanto os que precediam como os que iam atrás clamavam: "Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor!
10.O Bendito o Rei?.que vai começar, o reino de Davi, nosso pai! Hosana no mais alto dos céus!"
11.Jesus entrou em Jerusalém e dirigiu-se ao templo. Aí lançou-os olhos para tudo o que o cercava. Depois, como já fosse tarde, voltou para Betânia com os Doze.
12.No outro dia, ao saírem de Betãnia, Jesus teve fome.
13.Avistou de longe uma figueira coberta de folhas e foi ver se encontrava nela algum fruto. Aproximou-se da árvore, mas só encontrou folhas pois não era tempo de figos.
14.E disse à figueira: "Jamais alguém coma fruto de ti!" E os discípulos ouviram esta maldição.
15.Chegaram a Jerusalém e Jesus entrou no templo. E começou a expulsar os que no templo vendiam e compravam; derrubou as mesas dos trocadores de moedas e as cadeiras dos que vendiam pombas.
16.Não consentia que ninguém transportasse algum objeto pelo templo.
17.E ensinava-lhes nestes termos: "`Não está porventura escrito: A minha casa chamar-se-á casa de oração para todas as nações (Is 56,7)? Mas vós fizestes dela um covil de ladrões (Jr 7,11).
18.Os príncipes dos sacerdotes e os escribas ouviram-no e procuravam um modo de o matar. Temiam-no, porque todo o povo se admirava da sua doutrina.
19.Quando já era tarde, saíram da cidade.
20.No dia seguinte pela manhã, ao passarem junto da figueira, viram que ela secara até a raiz.
21.Pedro lembrou-se do que se tinha passado na véspera e disse a Jesus: "`Olha, Mestre, como secou a figueira que amaldiçoaste!"
22.Respondeu-lhes Jesus: "Tende fé em Deus.
23.Em verdade vos declaro: todo o que disser a este monte: Levanta-te e lança-te ao mar, se não duvidar no seu coração, mas acreditar que sucederá tudo o que disser, obterá esse milagre.
24.Por isso vos digo: tudo o que pedirdes na oração, crede que o tendes recebido, e ser-vos-á dado.
25.E quando vos puserdes de pé para orar, perdoai, se tiverdes algum ressentimento contra alguém, para que também vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe os vossos pecados. [
26.Mas se não perdoardes, tampouco vosso Pai que está nos céus vos perdoará os vossos pecados.]" 27.Jesus e seus discípulos voltaram outra vez a Jerusalém. E andando Jesus pelo templo, acercaram-se dele os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os anciãos,
28.e perguntaram-lhe: "Com que direito fazes isto? Quem te deu autoridade para fazer essas coisas?"
29.Jesus respondeu-lhes: "Também eu vos farei uma pergunta; respondei-ma, e dir-vos-ei com que direito faço essas coisas.
30.O batismo de João vinha do céu ou dos homens? Respondei-me."
31.E discorriam lá consigo: "Se dissermos: Do céu, ele dirá: Por que razão, pois, não crestes nele?
32.Se, ao contrário, dissermos: Dos homens, tememos o povo." Com efeito, tinham medo do povo, porque todos julgavam ser João deveras um profeta.
33.Responderam a Jesus: "Não o sabemos." "E eu tampouco vos direi, disse Jesus, com que direito faço estas coisas.""
1.Jesus e seus discípulos aproximavam-se de Jerusalém e chegaram aos arredores de Betfagé e de Betânia, perto do monte das Oliveiras. Desse lugar Jesus enviou dois dos seus discípulos,
2.dizendo-lhes: "Ide à aldeia que está defronte de vós e, logo ao entrardes nela, achareis preso um jumentinho, em que não montou ainda homem algum; desprendei-o e trazei-mo.
3.E se alguém vos perguntar: Que fazeis?, dizei: O Senhor precisa dele, mas daqui a pouco o devolverá." 4.Indo eles, acharam o jumentinho atado fora, diante duma porta, na curva do caminho. Iam-no desprendendo, 5.quando alguns dos que ali estavam perguntaram: "Ei, que estais fazendo? Por que soltais o jumentinho?" 6.Responderam como Jesus lhes havia ordenado; e deixaram-no levar.
7.Conduziram a Jesus o jumentinho, cobriram-no com seus mantos, e Jesus montou nele.
8.Muitos estendiam seus mantos no caminho; outros cortavam ramos das árvores e espalhavam-nos, pelo chão.
9.Tanto os que precediam como os que iam atrás clamavam: "Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor!
10.O Bendito o Rei?.que vai começar, o reino de Davi, nosso pai! Hosana no mais alto dos céus!"
11.Jesus entrou em Jerusalém e dirigiu-se ao templo. Aí lançou-os olhos para tudo o que o cercava. Depois, como já fosse tarde, voltou para Betânia com os Doze.
12.No outro dia, ao saírem de Betãnia, Jesus teve fome.
13.Avistou de longe uma figueira coberta de folhas e foi ver se encontrava nela algum fruto. Aproximou-se da árvore, mas só encontrou folhas pois não era tempo de figos.
14.E disse à figueira: "Jamais alguém coma fruto de ti!" E os discípulos ouviram esta maldição.
15.Chegaram a Jerusalém e Jesus entrou no templo. E começou a expulsar os que no templo vendiam e compravam; derrubou as mesas dos trocadores de moedas e as cadeiras dos que vendiam pombas.
16.Não consentia que ninguém transportasse algum objeto pelo templo.
17.E ensinava-lhes nestes termos: "`Não está porventura escrito: A minha casa chamar-se-á casa de oração para todas as nações (Is 56,7)? Mas vós fizestes dela um covil de ladrões (Jr 7,11).
18.Os príncipes dos sacerdotes e os escribas ouviram-no e procuravam um modo de o matar. Temiam-no, porque todo o povo se admirava da sua doutrina.
19.Quando já era tarde, saíram da cidade.
20.No dia seguinte pela manhã, ao passarem junto da figueira, viram que ela secara até a raiz.
21.Pedro lembrou-se do que se tinha passado na véspera e disse a Jesus: "`Olha, Mestre, como secou a figueira que amaldiçoaste!"
22.Respondeu-lhes Jesus: "Tende fé em Deus.
23.Em verdade vos declaro: todo o que disser a este monte: Levanta-te e lança-te ao mar, se não duvidar no seu coração, mas acreditar que sucederá tudo o que disser, obterá esse milagre.
24.Por isso vos digo: tudo o que pedirdes na oração, crede que o tendes recebido, e ser-vos-á dado.
25.E quando vos puserdes de pé para orar, perdoai, se tiverdes algum ressentimento contra alguém, para que também vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe os vossos pecados. [
26.Mas se não perdoardes, tampouco vosso Pai que está nos céus vos perdoará os vossos pecados.]" 27.Jesus e seus discípulos voltaram outra vez a Jerusalém. E andando Jesus pelo templo, acercaram-se dele os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os anciãos,
28.e perguntaram-lhe: "Com que direito fazes isto? Quem te deu autoridade para fazer essas coisas?"
29.Jesus respondeu-lhes: "Também eu vos farei uma pergunta; respondei-ma, e dir-vos-ei com que direito faço essas coisas.
30.O batismo de João vinha do céu ou dos homens? Respondei-me."
31.E discorriam lá consigo: "Se dissermos: Do céu, ele dirá: Por que razão, pois, não crestes nele?
32.Se, ao contrário, dissermos: Dos homens, tememos o povo." Com efeito, tinham medo do povo, porque todos julgavam ser João deveras um profeta.
33.Responderam a Jesus: "Não o sabemos." "E eu tampouco vos direi, disse Jesus, com que direito faço estas coisas.""
Preparação e a ultima ceia
"São Marcos, 14
1.Ora, dali a dois dias seria a festa da Páscoa e dos (pães) Ázimos; e os sumos sacerdotes e os escribas buscavam algum meio de prender Jesus à traição para matá-lo.
2.Mas não durante a festa, diziam eles, para não haver talvez algum tumulto entre o povo.
3.Jesus se achava em Betânia, em casa de Simão, o leproso. Quando ele se pôs à mesa, entrou uma mulher trazendo um vaso de alabastro cheio de um perfume de nardo puro, de grande preço, e, quebrando o vaso, derramou-lho sobre a cabeça.
4.Alguns, porém, ficaram indignados e disseram entre si: Por que este desperdício de bálsamo?
5.Poder-se-ia tê-lo vendido por mais de trezentos denários, e os dar aos pobres. E irritavam-se contra ela. 6.Mas Jesus disse-lhes: Deixai-a. Por que a molestais? Ela me fez uma boa obra.
7.Vós sempre tendes convosco os pobres e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem; mas a mim não me tendes sempre.
8.Ela fez o que pode: embalsamou-me antecipadamente o corpo para a sepultura.
9.Em verdade vos digo: onde quer que for pregado em todo o mundo o Evangelho, será contado para sua memória o que ela fez.
10.Judas Iscariotes, um dos Doze, foi avistar-se com os sumos sacerdotes para lhes entregar Jesus.
11.A esta notícia, eles alegraram-se e prometeram dar-lhe dinheiro. E ele buscava ocasião oportuna para o entregar. 12.No primeiro dia dos Ázimos, em que se imolava a Páscoa, perguntaram-lhe os discípulos: Onde queres que preparemos a refeição da Páscoa?
13.Ele enviou dois dos seus discípulos, dizendo: Ide à cidade, e sair-vos-á ao encontro um homem, carregando um cântaro de água.
14.Segui-o e, onde ele entrar, dizei ao dono da casa: O Mestre pergunta: Onde está a sala em que devo comer a Páscoa com os meus discípulos?
15.E ele vos mostrará uma grande sala no andar superior, mobiliada e pronta. Fazei ali os preparativos. 16.Partiram os discípulos para a cidade e acharam tudo como Jesus lhes havia dito, e prepararam a Páscoa. 17.Chegando a tarde, dirigiu-se ele para lá com os Doze.
18.E enquanto estavam sentados à mesa e comiam, Jesus disse: Em verdade vos digo: um de vós que come comigo me há de entregar.
19.Começaram a entristecer-se e a perguntar-lhe, um após outro: Porventura sou eu?
20.Respondeu-lhes ele: É um dos Doze, que se serve comigo do mesmo prato.
21.O Filho do homem vai, segundo o que dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do homem for traído! Melhor lhe seria que nunca tivesse nascido...
22.Durante a refeição, Jesus tomou o pão e, depois de o benzer, partiu-o e deu-lho, dizendo: Tomai, isto é o meu corpo.
23.Em seguida, tomou o cálice, deu graças e apresentou-lho, e todos dele beberam.
24.E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado por muitos.
25.Em verdade vos digo: já não beberei do fruto da videira, até aquele dia em que o beberei de novo no Reino de Deus.
26.Terminado o canto dos Salmos, saíram para o monte das Oliveiras.
27.E Jesus disse-lhes: Vós todos vos escandalizareis, pois está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas serão dispersas (Zac 13,7).
28.Mas depois que eu ressurgir, eu vos precederei na Galiléia.
29.Entretanto, Pedro lhe respondeu: Ainda que todos se escandalizem de ti, eu, porém, nunca!
30.Jesus disse-lhe: Em verdade te digo: hoje, nesta mesma noite, antes que o galo cante duas vezes, três vezes me terás negado.
31.Mas Pedro repetia com maior ardor: Ainda que seja preciso morrer contigo, não te renegarei.E todos disseram o mesmo.
32.Foram em seguida para o lugar chamado Getsêmani, e Jesus disse a seus discípulos: Sentai-vos aqui, enquanto vou orar.
33.Levou consigo Pedro, Tiago e João; e começou a ter pavor e a angustiar-se.
34.Disse-lhes: A minha alma está numa tristeza mortal; ficai aqui e vigiai.
35.Adiantando-se alguns passos, prostrou-se com a face por terra e orava que, se fosse possível, passasse dele aquela hora.
36.Aba! (Pai!), suplicava ele. Tudo te é possível; afasta de mim este cálice! Contudo, não se faça o que eu quero, senão o que tu queres.
37.Em seguida, foi ter com seus discípulos e achou-os dormindo. Disse a Pedro: Simão, dormes? Não pudeste vigiar uma hora!
38.Vigiai e orai, para que não entreis em tentação. Pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca.
39.Afastou-se outra vez e orou, dizendo as mesmas palavras.
40.Voltando, achou-os de novo dormindo, porque seus olhos estavam pesados; e não sabiam o que lhe responder.
41.Voltando pela terceira vez, disse-lhes: Dormi e descansai. Basta! Veio a hora! O Filho do homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores.
42.Levantai-vos e vamos! Aproxima-se o que me há de entregar.
43.Ainda falava, quando chegou Judas Iscariotes, um dos Doze, e com ele um bando armado de espadas e cacetes, enviado pelos sumos sacerdotes, escribas e anciãos.
44.Ora, o traidor tinha-lhes dado o seguinte sinal: Aquele a quem eu beijar é ele. Prendei-o e levai-o com cuidado.
45.Assim que ele se aproximou de Jesus, disse: Rabi!, e o beijou.
46.Lançaram-lhe as mãos e o prenderam.
47.Um dos circunstantes tirou da espada, feriu o servo do sumo sacerdote e decepou-lhe a orelha.
48.Mas Jesus tomou a palavra e disse-lhes: Como a um bandido, saístes com espadas e cacetes para prender-me! 49.Entretanto, todos os dias estava convosco, ensinando no templo, e não me prendestes. Mas isso acontece para que se cumpram as Escrituras.
50.Então todos o abandonaram e fugiram.
51.Seguia-o um jovem coberto somente de um pano de linho; e prenderam-no.
52.Mas, lançando ele de si o pano de linho, escapou-lhes despido.
53.Conduziram Jesus à casa do sumo sacerdote, onde se reuniram todos os sacerdotes, escribas e anciãos. 54.Pedro o foi seguindo de longe até dentro do pátio. Sentou-se junto do fogo com os servos e aquecia-se. 55.Os sumos sacerdotes e todo o conselho buscavam algum testemunho contra Jesus, para o condenar à morte, mas não o achavam.
56.Muitos diziam falsos testemunhos contra ele, mas seus depoimentos não concordavam.
57.Levantaram-se, então, alguns e deram esse falso testemunho contra ele:
58.Ouvimo-lo dizer: Eu destruirei este templo, feito por mãos de homens, e em três dias edificarei outro, que não será feito por mãos de homens.
59.Mas nem neste ponto eram coerentes os seus testemunhos.
60.O sumo sacerdote levantou-se no meio da assembléia e perguntou a Jesus: Não respondes nada? O que é isto que dizem contra ti?
61.Mas Jesus se calava e nada respondia. O sumo sacerdote tornou a perguntar-lhe: És tu o Cristo, o Filho de Deus bendito?
62.Jesus respondeu: Eu o sou. E vereis o Filho do Homem sentado à direita do poder de Deus, vindo sobre as nuvens do céu.
63.O sumo sacerdote rasgou então as suas vestes. Para que desejamos ainda testemunhas?!, exclamou ele. 64.Ouvistes a blasfêmia! Que vos parece? E unanimemente o julgaram merecedor da morte.
65.Alguns começaram a cuspir nele, a tapar-lhe o rosto, a dar-lhe socos e a dizer-lhe: Adivinha! Os servos igualmente davam-lhe bofetadas.
66.Estando Pedro embaixo, no pátio, veio uma das criadas do sumo sacerdote.
67.Ela fixou os olhos em Pedro, que se aquecia, e disse: Também tu estavas com Jesus de Nazaré.
68.Ele negou: Não sei, nem compreendo o que dizes. E saiu para a entrada do pátio; e o galo cantou.
69.A criada, que o vira, começou a dizer aos circunstantes: Este faz parte do grupo deles.
70.Mas Pedro negou outra vez. Pouco depois, os que ali estavam diziam de novo a Pedro: Certamente tu és daqueles, pois és galileu.
71.Então ele começou a praguejar e a jurar: Não conheço esse homem de quem falais.
72.E imediatamente cantou o galo pela segunda vez. Pedro lembrou-se da palavra que Jesus lhe havia dito: Antes que o galo cante duas vezes, três vezes me negarás. E, lembrando-se disso, rompeu em soluços."
"São Lucas, 22
1.Aproximava-se a festa dos pães sem fermento, chamada Páscoa. 2.Os príncipes dos sacerdotes e os escribas buscavam um meio de matar Jesus, mas temiam o povo. 3.Entretanto, Satanás entrou em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, um dos Doze. 4.Judas foi procurar os príncipes dos sacerdotes e os oficiais para se entender com eles sobre o modo de lho entregar. 5.Eles se alegraram com isso, e concordaram em lhe dar dinheiro. 6.Também ele se obrigou. E buscava ocasião oportuna para o trair, sem que a multidão o soubesse. 7.Raiou o dia dos pães sem fermento, em que se devia imolar a Páscoa. 8.Jesus enviou Pedro e João, dizendo: Ide e preparai-nos a ceia da Páscoa. 9.Perguntaram-lhe eles: Onde queres que a preparemos? 10.Ele respondeu: Ao entrardes na cidade, encontrareis um homem carregando uma bilha de água; segui-o até a casa em que ele entrar, 11.e direis ao dono da casa: O Mestre pergunta-te: Onde está a sala em que comerei a Páscoa com os meus discípulos? 12.Ele vos mostrará no andar superior uma grande sala mobiliada, e ali fazei os preparativos. 13.Foram, pois, e acharam tudo como Jesus lhes dissera; e prepararam a Páscoa. 14.Chegada que foi a hora, Jesus pôs-se à mesa, e com ele os apóstolos. 15.Disse-lhes: Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes de sofrer. 16.Pois vos digo: não tornarei a comê-la, até que ela se cumpra no Reino de Deus. 17.Pegando o cálice, deu graças e disse: Tomai este cálice e distribuí-o entre vós. 18.Pois vos digo: já não tornarei a beber do fruto da videira, até que venha o Reino de Deus. 19.Tomou em seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. 20.Do mesmo modo tomou também o cálice, depois de cear, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue, que é derramado por vós... 21.Entretanto, eis que a mão de quem me trai está à mesa comigo. 22.O Filho do Homem vai, segundo o que está determinado, mas ai daquele homem por quem ele é traído! 23.Perguntavam então os discípulos entre si quem deles seria o que tal haveria de fazer. 24.Surgiu também entre eles uma discussão: qual deles seria o maior. 25.E Jesus disse-lhes: Os reis dos pagãos dominam como senhores, e os que exercem sobre eles autoridade chamam-se benfeitores. 26.Que não seja assim entre vós; mas o que entre vós é o maior, torne-se como o último; e o que governa seja como o servo. 27.Pois qual é o maior: o que está sentado à mesa ou o que serve? Não é aquele que está sentado à mesa? Todavia, eu estou no meio de vós, como aquele que serve. 28.E vós tendes permanecido comigo nas minhas provações; 29.eu, pois, disponho do Reino a vosso favor, assim como meu Pai o dispôs a meu favor, 30.para que comais e bebais à minha mesa no meu Reino e vos senteis em tronos, para julgar as doze tribos de Israel. 31.Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como o trigo; 32.mas eu roguei por ti, para que a tua confiança não desfaleça; e tu, por tua vez, confirma os teus irmãos. 33.Pedro disse-lhe: Senhor, estou pronto a ir contigo tanto para a prisão como para a morte. 34.Jesus respondeu-lhe: Digo-te, Pedro, não cantará hoje o galo, até que três vezes hajas negado que me conheces. 35.Depois ajuntou: Quando vos mandei sem bolsa, sem mochila e sem calçado, faltou-vos porventura alguma coisa? Eles responderam: Nada. 36.Mas agora, disse-lhes ele, aquele que tem uma bolsa, tome-a; aquele que tem uma mochila, tome-a igualmente; e aquele que não tiver uma espada, venda sua capa para comprar uma. 37.Pois vos digo: é necessário que se cumpra em mim ainda este oráculo: E foi contado entre os malfeitores (Is 53,12). Com efeito, aquilo que me diz respeito está próximo de se cumprir. 38.Eles replicaram: Senhor, eis aqui duas espadas. Basta, respondeu ele. 39.Conforme o seu costume, Jesus saiu dali e dirigiu-se para o monte das Oliveiras, seguido dos seus discípulos. 40.Ao chegar àquele lugar, disse-lhes: Orai para que não caiais em tentação. 41.Depois se afastou deles à distância de um tiro de pedra e, ajoelhando-se, orava: 42.Pai, se é de teu agrado, afasta de mim este cálice! Não se faça, todavia, a minha vontade, mas sim a tua. 43.Apareceu-lhe então um anjo do céu para confortá-lo. 44.Ele entrou em agonia e orava ainda com mais instância, e seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra. 45.Depois de ter rezado, levantou-se, foi ter com os discípulos e achou-os adormecidos de tristeza. 46.Disse-lhes: Por que dormis? Levantai-vos, orai, para não cairdes em tentação. 47.Ele ainda falava, quando apareceu uma multidão de gente; e à testa deles vinha um dos Doze, que se chamava Judas. Achegou-se de Jesus para o beijar. 48.Jesus perguntou-lhe: Judas, com um beijo trais o Filho do Homem! 49.Os que estavam ao redor dele, vendo o que ia acontecer, perguntaram: Senhor, devemos atacá-los à espada? 50.E um deles feriu o servo do príncipe dos sacerdotes, decepando-lhe a orelha direita. 51.Mas Jesus interveio: Deixai, basta. E, tocando na orelha daquele homem, curou-o. 52.Voltando-se para os príncipes dos sacerdotes, para os oficiais do templo e para os anciãos que tinham vindo contra ele, disse-lhes: Saístes armados de espadas e cacetes, como se viésseis contra um ladrão. 53.Entretanto, eu estava todos os dias convosco no templo, e não estendestes as mãos contra mim; mas esta é a vossa hora e do poder das trevas. 54.Prenderam-no então e conduziram-no à casa do príncipe dos sacerdotes. Pedro seguia-o de longe. 55.Acenderam um fogo no meio do pátio, e sentaram-se em redor. Pedro veio sentar-se com eles. 56.Uma criada percebeu-o sentado junto ao fogo, encarou-o de perto e disse: Também este homem estava com ele. 57.Mas ele negou-o: Mulher, não o conheço. 58.Pouco depois, viu-o outro e disse-lhe: Também tu és um deles. Pedro respondeu: Não, eu não o sou. 59.Passada quase uma hora, afirmava um outro: Certamente também este homem estava com ele, pois também é galileu. 60.Mas Pedro disse: Meu amigo, não sei o que queres dizer. E no mesmo instante, quando ainda falava, cantou o galo. 61.Voltando-se o Senhor, olhou para Pedro. Então Pedro se lembrou da palavra do Senhor: Hoje, antes que o galo cante, negar-me-ás três vezes. 62.Saiu dali e chorou amargamente. 63.Entretanto, os homens que guardavam Jesus escarneciam dele e davam-lhe bofetadas. 64.Cobriam-lhe o rosto e diziam: Adivinha quem te bateu! 65.E injuriavam-no ainda de outros modos. 66.Ao amanhecer, reuniram-se os anciãos do povo, os príncipes dos sacerdotes e os escribas, e mandaram trazer Jesus ao seu conselho. 67.Perguntaram-lhe: Dize-nos se és o Cristo! Respondeu-lhes ele: Se eu vo-lo disser, não me acreditareis; 68.e se vos fizer qualquer pergunta, não me respondereis. 69.Mas, doravante, o Filho do Homem estará sentado à direita do poder de Deus. 70.Então perguntaram todos: Logo, tu és o Filho de Deus? Respondeu: Sim, eu sou. 71.Eles então exclamaram: Temos nós ainda necessidade de testemunho? Nós mesmos o ouvimos da sua boca."
Prisão de Jesus
"São Marcos, 15
1.Logo pela manhã se reuniram os sumos sacerdotes com os anciãos, os escribas e com todo o conselho. E tendo amarrado Jesus, levaram-no e entregaram-no a Pilatos.
2.Este lhe perguntou: És tu o rei dos judeus? Ele lhe respondeu: Sim.
3.Os sumos sacerdotes acusavam-no de muitas coisas.
4.Pilatos perguntou-lhe outra vez: Nada respondes? Vê de quantos delitos te acusam!
5.Mas Jesus nada mais respondeu, de modo que Pilatos ficou admirado.
6.Ora, costumava ele soltar-lhes em cada festa qualquer dos presos que pedissem.
7.Havia na prisão um, chamado Barrabás, que fora preso com seus cúmplices, o qual na sedição perpetrara um homicídio.
8.O povo que tinha subido começou a pedir-lhe aquilo que sempre lhes costumava conceder.
9.Pilatos respondeu-lhes: Quereis que vos solte o rei dos judeus?
10.(Porque sabia que os sumos sacerdotes o haviam entregue por inveja.)
11.Mas os pontífices instigaram o povo para que pedissem de preferência que lhes soltasse Barrabás.
12.Pilatos falou-lhes outra vez: E que quereis que eu faça daquele a quem chamais o rei dos judeus?
13.Eles tornaram a gritar: Crucifica-o!
14.Pilatos replicou: Mas que mal fez ele? Eles clamavam mais ainda: Crucifica-o!
15.Querendo Pilatos satisfazer o povo, soltou-lhes Barrabás e entregou Jesus, depois de açoitado, para que fosse crucificado.
16.Os soldados conduziram-no ao interior do pátio, isto é, ao pretório, onde convocaram toda a coorte. 17.Vestiram Jesus de púrpura, teceram uma coroa de espinhos e a colocaram na sua cabeça.
18.E começaram a saudá-lo: Salve, rei dos judeus!
19.Davam-lhe na cabeça com uma vara, cuspiam nele e punham-se de joelhos como para homenageá-lo. 20.Depois de terem escarnecido dele, tiraram-lhe a púrpura, deram-lhe de novo as vestes e conduziram-no fora para o crucificar.
21.Passava por ali certo homem de Cirene, chamado Simão, que vinha do campo, pai de Alexandre e de Rufo, e obrigaram-no a que lhe levasse a cruz.
22.Conduziram Jesus ao lugar chamado Gólgota, que quer dizer lugar do crânio.
23.Deram-lhe de beber vinho misturado com mirra, mas ele não o aceitou.
24.Depois de o terem crucificado, repartiram as suas vestes, tirando a sorte sobre elas, para ver o que tocaria a cada um.
25.Era a hora terceira quando o crucificaram.
26.A inscrição que motivava a sua condenação dizia: O rei dos judeus.
27.Crucificaram com ele dois bandidos: um à sua direita e outro à esquerda.
28.[Cumpriu-se assim a passagem da Escritura que diz: Ele foi contado entre os malfeitores (Is 53,12).]
29.Os que iam passando injuriavam-no e abanavam a cabeça, dizendo: Olá! Tu que destróis o templo e o reedificas em três dias,
30.salva-te a ti mesmo! Desce da cruz!
31.Desta maneira, escarneciam dele também os sumos sacerdotes e os escribas, dizendo uns para os outros: Salvou a outros e a si mesmo não pode salvar!
32.Que o Cristo, rei de Israel, desça agora da cruz, para que vejamos e creiamos! Também os que haviam sido crucificados com ele o insultavam.
33.Desde a hora sexta até a hora nona, houve trevas por toda a terra.
34.E à hora nona Jesus bradou em alta voz: Elói, Elói, lammá sabactáni?, que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?
35.Ouvindo isto, alguns dos circunstantes diziam: Ele chama por Elias!
36.Um deles correu e ensopou uma esponja em vinagre e, pondo-a na ponta de uma vara, deu-lho para beber, dizendo: Deixai, vejamos se Elias vem tirá-lo.
37.Jesus deu um grande brado e expirou.
38.O véu do templo rasgou-se então de alto a baixo em duas partes.
39.O centurião que estava diante de Jesus, ao ver que ele tinha expirado assim, disse: Este homem era realmente o Filho de Deus.
40.Achavam-se ali também umas mulheres, observando de longe, entre as quais Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o Menor, e de José, e Salomé,
41.que o tinham seguido e o haviam assistido, quando ele estava na Galiléia; e muitas outras que haviam subido juntamente com ele a Jerusalém.
42.Quando já era tarde - era a Preparação, isto é‚ é a véspera do sábado -,
43.veio José de Arimatéia, ilustre membro do conselho, que também esperava o Reino de Deus; ele foi resoluto à presença de Pilatos e pediu o corpo de Jesus.
44.Pilatos admirou-se de que ele tivesse morrido tão depressa. E, chamando o centurião, perguntou se já havia muito tempo que Jesus tinha morrido.
45.Obtida a resposta afirmativa do centurião, mandou dar-lhe o corpo.
46.Depois de ter comprado um pano de linho, José tirou-o da cruz, envolveu-o no pano e depositou-o num sepulcro escavado na rocha, rolando uma pedra para fechar a entrada.
47.Maria Madalena e Maria, mãe de José, observavam onde o depositavam."
"São João, 19
1.Pilatos mandou então flagelar Jesus. 2.Os soldados teceram de espinhos uma coroa e puseram-lha sobre a cabeça e cobriram-no com um manto de púrpura. 3.Aproximavam-se dele e diziam: Salve, rei dos judeus! E davam-lhe bofetadas. 4.Pilatos saiu outra vez e disse-lhes: Eis que vo-lo trago fora, para que saibais que não acho nele nenhum motivo de acusação. 5.Apareceu então Jesus, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Pilatos disse: Eis o homem! 6.Quando os pontífices e os guardas o viram, gritaram: Crucifica-o! Crucifica-o! Falou-lhes Pilatos: Tomai-o vós e crucificai-o, pois eu não acho nele culpa alguma. 7.Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei, e segundo essa lei ele deve morrer, porque se declarou Filho de Deus. 8.Estas palavras impressionaram Pilatos. 9.Entrou novamente no pretório e perguntou a Jesus: De onde és tu? Mas Jesus não lhe respondeu. 10.Pilatos então lhe disse: Tu não me respondes? Não sabes que tenho poder para te soltar e para te crucificar? 11.Respondeu Jesus: Não terias poder algum sobre mim, se de cima não te fora dado. Por isso, quem me entregou a ti tem pecado maior. 12.Desde então Pilatos procurava soltá-lo. Mas os judeus gritavam: Se o soltares, não és amigo do imperador, porque todo o que se faz rei se declara contra o imperador. 13.Ouvindo estas palavras, Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado Lajeado, em hebraico Gábata. 14.(Era a Preparação para a Páscoa, cerca da hora sexta.) Pilatos disse aos judeus: Eis o vosso rei! 15.Mas eles clamavam: Fora com ele! Fora com ele! Crucifica-o! Pilatos perguntou-lhes: Hei de crucificar o vosso rei? Os sumos sacerdotes responderam: Não temos outro rei senão César! 16.Entregou-o então a eles para que fosse crucificado. 17.Levaram então consigo Jesus. Ele próprio carregava a sua cruz para fora da cidade, em direção ao lugar chamado Calvário, em hebraico Gólgota. 18.Ali o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. 19.Pilatos redigiu também uma inscrição e a fixou por cima da cruz. Nela estava escrito: Jesus de Nazaré, rei dos judeus. 20.Muitos dos judeus leram essa inscrição, porque Jesus foi crucificado perto da cidade e a inscrição era redigida em hebraico, em latim e em grego. 21.Os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: Não escrevas: Rei dos judeus, mas sim: Este homem disse ser o rei dos judeus. 22.Respondeu Pilatos: O que escrevi, escrevi. 23.Depois de os soldados crucificarem Jesus, tomaram as suas vestes e fizeram delas quatro partes, uma para cada soldado. A túnica, porém, toda tecida de alto a baixo, não tinha costura. 24.Disseram, pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas deitemos sorte sobre ela, para ver de quem será. Assim se cumpria a Escritura: Repartiram entre si as minhas vestes e deitaram sorte sobre a minha túnica (Sl 21,19). Isso fizeram os soldados. 25.Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. 26.Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho. 27.Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa. 28.Em seguida, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para se cumprir plenamente a Escritura, disse: Tenho sede. 29.Havia ali um vaso cheio de vinagre. Os soldados encheram de vinagre uma esponja e, fixando-a numa vara de hissopo, chegaram-lhe à boca. 30.Havendo Jesus tomado do vinagre, disse: Tudo está consumado. Inclinou a cabeça e rendeu o espírito. 31.Os judeus temeram que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque já era a Preparação e esse sábado era particularmente solene. Rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados. 32.Vieram os soldados e quebraram as pernas do primeiro e do outro, que com ele foram crucificados. 33.Chegando, porém, a Jesus, como o vissem já morto, não lhe quebraram as pernas, 34.mas um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água. 35.O que foi testemunha desse fato o atesta (e o seu testemunho é digno de fé, e ele sabe que diz a verdade), a fim de que vós creiais. 36.Assim se cumpriu a Escritura: Nenhum dos seus ossos será quebrado (Ex 12,46). 37.E diz em outra parte a Escritura: Olharão para aquele que transpassaram (Zc 12,10). 38.Depois disso, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus, mas ocultamente, por medo dos judeus, rogou a Pilatos a autorização para tirar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu. Foi, pois, e tirou o corpo de Jesus. 39.Acompanhou-o Nicodemos (aquele que anteriormente fora de noite ter com Jesus), levando umas cem libras de uma mistura de mirra e aloés. 40.Tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no em panos com os aromas, como os judeus costumam sepultar. 41.No lugar em que ele foi crucificado havia um jardim, e no jardim um sepulcro novo, em que ninguém ainda fora depositado. 42.Foi ali que depositaram Jesus por causa da Preparação dos judeus e da proximidade do túmulo."
"São Lucas, 23
1.Logo pela manhã se reuniram os sumos sacerdotes com os anciãos, os escribas e com todo o conselho. E tendo amarrado Jesus, levaram-no e entregaram-no a Pilatos.
2.Este lhe perguntou: És tu o rei dos judeus? Ele lhe respondeu: Sim.
3.Os sumos sacerdotes acusavam-no de muitas coisas.
4.Pilatos perguntou-lhe outra vez: Nada respondes? Vê de quantos delitos te acusam!
5.Mas Jesus nada mais respondeu, de modo que Pilatos ficou admirado.
6.Ora, costumava ele soltar-lhes em cada festa qualquer dos presos que pedissem.
7.Havia na prisão um, chamado Barrabás, que fora preso com seus cúmplices, o qual na sedição perpetrara um homicídio.
8.O povo que tinha subido começou a pedir-lhe aquilo que sempre lhes costumava conceder.
9.Pilatos respondeu-lhes: Quereis que vos solte o rei dos judeus?
10.(Porque sabia que os sumos sacerdotes o haviam entregue por inveja.)
11.Mas os pontífices instigaram o povo para que pedissem de preferência que lhes soltasse Barrabás.
12.Pilatos falou-lhes outra vez: E que quereis que eu faça daquele a quem chamais o rei dos judeus?
13.Eles tornaram a gritar: Crucifica-o!
14.Pilatos replicou: Mas que mal fez ele? Eles clamavam mais ainda: Crucifica-o!
15.Querendo Pilatos satisfazer o povo, soltou-lhes Barrabás e entregou Jesus, depois de açoitado, para que fosse crucificado.
16.Os soldados conduziram-no ao interior do pátio, isto é, ao pretório, onde convocaram toda a coorte. 17.Vestiram Jesus de púrpura, teceram uma coroa de espinhos e a colocaram na sua cabeça.
18.E começaram a saudá-lo: Salve, rei dos judeus!
19.Davam-lhe na cabeça com uma vara, cuspiam nele e punham-se de joelhos como para homenageá-lo. 20.Depois de terem escarnecido dele, tiraram-lhe a púrpura, deram-lhe de novo as vestes e conduziram-no fora para o crucificar.
21.Passava por ali certo homem de Cirene, chamado Simão, que vinha do campo, pai de Alexandre e de Rufo, e obrigaram-no a que lhe levasse a cruz.
22.Conduziram Jesus ao lugar chamado Gólgota, que quer dizer lugar do crânio.
23.Deram-lhe de beber vinho misturado com mirra, mas ele não o aceitou.
24.Depois de o terem crucificado, repartiram as suas vestes, tirando a sorte sobre elas, para ver o que tocaria a cada um.
25.Era a hora terceira quando o crucificaram.
26.A inscrição que motivava a sua condenação dizia: O rei dos judeus.
27.Crucificaram com ele dois bandidos: um à sua direita e outro à esquerda.
28.[Cumpriu-se assim a passagem da Escritura que diz: Ele foi contado entre os malfeitores (Is 53,12).]
29.Os que iam passando injuriavam-no e abanavam a cabeça, dizendo: Olá! Tu que destróis o templo e o reedificas em três dias,
30.salva-te a ti mesmo! Desce da cruz!
31.Desta maneira, escarneciam dele também os sumos sacerdotes e os escribas, dizendo uns para os outros: Salvou a outros e a si mesmo não pode salvar!
32.Que o Cristo, rei de Israel, desça agora da cruz, para que vejamos e creiamos! Também os que haviam sido crucificados com ele o insultavam.
33.Desde a hora sexta até a hora nona, houve trevas por toda a terra.
34.E à hora nona Jesus bradou em alta voz: Elói, Elói, lammá sabactáni?, que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?
35.Ouvindo isto, alguns dos circunstantes diziam: Ele chama por Elias!
36.Um deles correu e ensopou uma esponja em vinagre e, pondo-a na ponta de uma vara, deu-lho para beber, dizendo: Deixai, vejamos se Elias vem tirá-lo.
37.Jesus deu um grande brado e expirou.
38.O véu do templo rasgou-se então de alto a baixo em duas partes.
39.O centurião que estava diante de Jesus, ao ver que ele tinha expirado assim, disse: Este homem era realmente o Filho de Deus.
40.Achavam-se ali também umas mulheres, observando de longe, entre as quais Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o Menor, e de José, e Salomé,
41.que o tinham seguido e o haviam assistido, quando ele estava na Galiléia; e muitas outras que haviam subido juntamente com ele a Jerusalém.
42.Quando já era tarde - era a Preparação, isto é‚ é a véspera do sábado -,
43.veio José de Arimatéia, ilustre membro do conselho, que também esperava o Reino de Deus; ele foi resoluto à presença de Pilatos e pediu o corpo de Jesus.
44.Pilatos admirou-se de que ele tivesse morrido tão depressa. E, chamando o centurião, perguntou se já havia muito tempo que Jesus tinha morrido.
45.Obtida a resposta afirmativa do centurião, mandou dar-lhe o corpo.
46.Depois de ter comprado um pano de linho, José tirou-o da cruz, envolveu-o no pano e depositou-o num sepulcro escavado na rocha, rolando uma pedra para fechar a entrada.
47.Maria Madalena e Maria, mãe de José, observavam onde o depositavam."
"São João, 19
1.Pilatos mandou então flagelar Jesus. 2.Os soldados teceram de espinhos uma coroa e puseram-lha sobre a cabeça e cobriram-no com um manto de púrpura. 3.Aproximavam-se dele e diziam: Salve, rei dos judeus! E davam-lhe bofetadas. 4.Pilatos saiu outra vez e disse-lhes: Eis que vo-lo trago fora, para que saibais que não acho nele nenhum motivo de acusação. 5.Apareceu então Jesus, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Pilatos disse: Eis o homem! 6.Quando os pontífices e os guardas o viram, gritaram: Crucifica-o! Crucifica-o! Falou-lhes Pilatos: Tomai-o vós e crucificai-o, pois eu não acho nele culpa alguma. 7.Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei, e segundo essa lei ele deve morrer, porque se declarou Filho de Deus. 8.Estas palavras impressionaram Pilatos. 9.Entrou novamente no pretório e perguntou a Jesus: De onde és tu? Mas Jesus não lhe respondeu. 10.Pilatos então lhe disse: Tu não me respondes? Não sabes que tenho poder para te soltar e para te crucificar? 11.Respondeu Jesus: Não terias poder algum sobre mim, se de cima não te fora dado. Por isso, quem me entregou a ti tem pecado maior. 12.Desde então Pilatos procurava soltá-lo. Mas os judeus gritavam: Se o soltares, não és amigo do imperador, porque todo o que se faz rei se declara contra o imperador. 13.Ouvindo estas palavras, Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado Lajeado, em hebraico Gábata. 14.(Era a Preparação para a Páscoa, cerca da hora sexta.) Pilatos disse aos judeus: Eis o vosso rei! 15.Mas eles clamavam: Fora com ele! Fora com ele! Crucifica-o! Pilatos perguntou-lhes: Hei de crucificar o vosso rei? Os sumos sacerdotes responderam: Não temos outro rei senão César! 16.Entregou-o então a eles para que fosse crucificado. 17.Levaram então consigo Jesus. Ele próprio carregava a sua cruz para fora da cidade, em direção ao lugar chamado Calvário, em hebraico Gólgota. 18.Ali o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. 19.Pilatos redigiu também uma inscrição e a fixou por cima da cruz. Nela estava escrito: Jesus de Nazaré, rei dos judeus. 20.Muitos dos judeus leram essa inscrição, porque Jesus foi crucificado perto da cidade e a inscrição era redigida em hebraico, em latim e em grego. 21.Os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: Não escrevas: Rei dos judeus, mas sim: Este homem disse ser o rei dos judeus. 22.Respondeu Pilatos: O que escrevi, escrevi. 23.Depois de os soldados crucificarem Jesus, tomaram as suas vestes e fizeram delas quatro partes, uma para cada soldado. A túnica, porém, toda tecida de alto a baixo, não tinha costura. 24.Disseram, pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas deitemos sorte sobre ela, para ver de quem será. Assim se cumpria a Escritura: Repartiram entre si as minhas vestes e deitaram sorte sobre a minha túnica (Sl 21,19). Isso fizeram os soldados. 25.Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. 26.Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho. 27.Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa. 28.Em seguida, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para se cumprir plenamente a Escritura, disse: Tenho sede. 29.Havia ali um vaso cheio de vinagre. Os soldados encheram de vinagre uma esponja e, fixando-a numa vara de hissopo, chegaram-lhe à boca. 30.Havendo Jesus tomado do vinagre, disse: Tudo está consumado. Inclinou a cabeça e rendeu o espírito. 31.Os judeus temeram que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque já era a Preparação e esse sábado era particularmente solene. Rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados. 32.Vieram os soldados e quebraram as pernas do primeiro e do outro, que com ele foram crucificados. 33.Chegando, porém, a Jesus, como o vissem já morto, não lhe quebraram as pernas, 34.mas um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água. 35.O que foi testemunha desse fato o atesta (e o seu testemunho é digno de fé, e ele sabe que diz a verdade), a fim de que vós creiais. 36.Assim se cumpriu a Escritura: Nenhum dos seus ossos será quebrado (Ex 12,46). 37.E diz em outra parte a Escritura: Olharão para aquele que transpassaram (Zc 12,10). 38.Depois disso, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus, mas ocultamente, por medo dos judeus, rogou a Pilatos a autorização para tirar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu. Foi, pois, e tirou o corpo de Jesus. 39.Acompanhou-o Nicodemos (aquele que anteriormente fora de noite ter com Jesus), levando umas cem libras de uma mistura de mirra e aloés. 40.Tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no em panos com os aromas, como os judeus costumam sepultar. 41.No lugar em que ele foi crucificado havia um jardim, e no jardim um sepulcro novo, em que ninguém ainda fora depositado. 42.Foi ali que depositaram Jesus por causa da Preparação dos judeus e da proximidade do túmulo."
"São Lucas, 23
1.Levantou-se a sessão e conduziram Jesus diante de Pilatos, 2.e puseram-se a acusá-lo: Temos encontrado este homem excitando o povo à revolta, proibindo pagar imposto ao imperador e dizendo-se Messias e rei. 3.Pilatos perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus? Jesus respondeu: Sim. 4.Declarou Pilatos aos príncipes dos sacerdotes e ao povo: Eu não acho neste homem culpa alguma. 5.Mas eles insistiam fortemente: Ele revoluciona o povo ensinando por toda a Judéia, a começar da Galiléia até aqui. 6.A estas palavras, Pilatos perguntou se ele era galileu. 7.E, quando soube que era da jurisdição de Herodes, enviou-o a Herodes, pois justamente naqueles dias se achava em Jerusalém. 8.Herodes alegrou-se muito em ver Jesus, pois de longo tempo desejava vê-lo, por ter ouvido falar dele muitas coisas, e esperava presenciar algum milagre operado por ele. 9.Dirigiu-lhe muitas perguntas, mas Jesus nada respondeu. 10.Ali estavam os príncipes dos sacerdotes e os escribas, acusando-o com violência. 11.Herodes, com a sua guarda, tratou-o com desprezo, escarneceu dele, mandou revesti-lo de uma túnica branca e reenviou-o a Pilatos. 12.Naquele mesmo dia, Pilatos e Herodes fizeram as pazes, pois antes eram inimigos um do outro. 13.Pilatos convocou então os príncipes dos sacerdotes, os magistrados e o povo, e disse-lhes: 14.Apresentastes-me este homem como agitador do povo, mas, interrogando-o eu diante de vós, não o achei culpado de nenhum dos crimes de que o acusais. 15.Nem tampouco Herodes, pois no-lo devolveu. Portanto, ele nada fez que mereça a morte. 16.Por isso, soltá-lo-ei depois de o castigar. 17.[Acontecia que em cada festa ele era obrigado a soltar-lhes um preso.] 18.Todo o povo gritou a uma voz: À morte com este, e solta-nos Barrabás. 19.(Este homem fora lançado ao cárcere devido a uma revolta levantada na cidade, por causa de um homicídio.) 20.Pilatos, porém, querendo soltar Jesus, falou-lhes de novo, 21.mas eles vociferavam: Crucifica-o! Crucifica-o! 22.Pela terceira vez, Pilatos ainda interveio: Mas que mal fez ele, então? Não achei nele nada que mereça a morte; irei, portanto, castigá-lo e, depois, o soltarei. 23.Mas eles instavam, reclamando em altas vozes que fosse crucificado, e os seus clamores recrudesciam. 24.Pilatos pronunciou então a sentença que lhes satisfazia o desejo. 25.Soltou-lhes aquele que eles reclamavam e que havia sido lançado ao cárcere por causa do homicídio e da revolta, e entregou Jesus à vontade deles. 26.Enquanto o conduziam, detiveram um certo Simão de Cirene, que voltava do campo, e impuseram-lhe a cruz para que a carregasse atrás de Jesus. 27.Seguia-o uma grande multidão de povo e de mulheres, que batiam no peito e o lamentavam. 28.Voltando-se para elas, Jesus disse: Filhas de Jerusalém, não choreis sobre mim, mas chorai sobre vós mesmas e sobre vossos filhos. 29.Porque virão dias em que se dirá: Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram! 30.Então dirão aos montes: Caí sobre nós! E aos outeiros: Cobri-nos! 31.Porque, se eles fazem isto ao lenho verde, que acontecerá ao seco? 32.Eram conduzidos ao mesmo tempo dois malfeitores para serem mortos com Jesus. 33.Chegados que foram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, como também os ladrões, um à direita e outro à esquerda. 34.E Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem. Eles dividiram as suas vestes e as sortearam. 35.A multidão conservava-se lá e observava. Os príncipes dos sacerdotes escarneciam de Jesus, dizendo: Salvou a outros, que se salve a si próprio, se é o Cristo, o escolhido de Deus! 36.Do mesmo modo zombavam dele os soldados. Aproximavam-se dele, ofereciam-lhe vinagre e diziam: 37.Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo. 38.Por cima de sua cabeça pendia esta inscrição: Este é o rei dos judeus. 39.Um dos malfeitores, ali crucificados, blasfemava contra ele: Se és o Cristo, salva-te a ti mesmo e salva-nos a nós! 40.Mas o outro o repreendeu: Nem sequer temes a Deus, tu que sofres no mesmo suplício? 41.Para nós isto é justo: recebemos o que mereceram os nossos crimes, mas este não fez mal algum. 42.E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim, quando tiveres entrado no teu Reino! 43.Jesus respondeu-lhe: Em verdade te digo: hoje estarás comigo no paraíso. 44.Era quase à hora sexta e em toda a terra houve trevas até a hora nona. 45.Escureceu-se o sol e o véu do templo rasgou-se pelo meio. 46.Jesus deu então um grande brado e disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, dizendo isso, expirou. 47.Vendo o centurião o que acontecia, deu glória a Deus e disse: Na verdade, este homem era um justo. 48.E toda a multidão dos que assistiam a este espetáculo e viam o que se passava, voltou batendo no peito. 49.Os amigos de Jesus, como também as mulheres que o tinham seguido desde a Galiléia, conservavam-se a certa distância, e observavam estas coisas. 50.Havia um homem, por nome José, membro do conselho, homem reto e justo. 51.Ele não havia concordado com a decisão dos outros nem com os atos deles. Originário de Arimatéia, cidade da Judéia, esperava ele o Reino de Deus. 52.Foi ter com Pilatos e lhe pediu o corpo de Jesus. 53.Ele o desceu da cruz, envolveu-o num pano de linho e colocou-o num sepulcro, escavado na rocha, onde ainda ninguém havia sido depositado. 54.Era o dia da Preparação e já ia principiar o sábado. 55.As mulheres, que tinham vindo com Jesus da Galiléia, acompanharam José. Elas viram o túmulo e o modo como o corpo de Jesus ali fora depositado. 56.Elas voltaram e prepararam aromas e bálsamos. No dia de sábado, observaram o preceito do repouso."
"São João, 17
1.Jesus afirmou essas coisas e depois, levantando os olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora. Glorifica teu Filho, para que teu Filho glorifique a ti; 2.e para que, pelo poder que lhe conferiste sobre toda criatura, ele dê a vida eterna a todos aqueles que lhe entregaste. 3.Ora, a vida eterna consiste em que conheçam a ti, um só Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo que enviaste. 4.Eu te glorifiquei na terra. Terminei a obra que me deste para fazer. 5.Agora, pois, Pai, glorifica-me junto de ti, concedendo-me a glória que tive junto de ti, antes que o mundo fosse criado. 6.Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste. Eram teus e deste-mos e guardaram a tua palavra. 7.Agora eles reconheceram que todas as coisas que me deste procedem de ti. 8.Porque eu lhes transmiti as palavras que tu me confiaste e eles as receberam e reconheceram verdadeiramente que saí de ti, e creram que tu me enviaste. 9.Por eles é que eu rogo. Não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. 10.Tudo o que é meu é teu, e tudo o que é teu é meu. Neles sou glorificado. 11.Já não estou no mundo, mas eles estão ainda no mundo; eu, porém, vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me encarregaste de fazer conhecer, a fim de que sejam um como nós. 12.Enquanto eu estava com eles, eu os guardava em teu nome, que me incumbiste de fazer conhecido. Conservei os que me deste, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura. 13.Mas, agora, vou para junto de ti. Dirijo-te esta oração enquanto estou no mundo para que eles tenham a plenitude da minha alegria. 14.Dei-lhes a tua palavra, mas o mundo os odeia, porque eles não são do mundo, como também eu não sou do mundo. 15.Não peço que os tires do mundo, mas sim que os preserves do mal. 16.Eles não são do mundo, como também eu não sou do mundo. 17.Santifica-os pela verdade. A tua palavra é a verdade. 18.Como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. 19.Santifico-me por eles para que também eles sejam santificados pela verdade. 20.Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em mim. 21.Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste. 22.Dei-lhes a glória que me deste, para que sejam um, como nós somos um: 23.eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e o mundo reconheça que me enviaste e os amaste, como amaste a mim. 24.Pai, quero que, onde eu estou, estejam comigo aqueles que me deste, para que vejam a minha glória que me concedeste, porque me amaste antes da criação do mundo. 25.Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci, e estes sabem que tu me enviaste. 26.Manifestei-lhes o teu nome, e ainda hei de lho manifestar, para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles."
"São João, 18
1.Depois dessas palavras, Jesus saiu com os seus discípulos para além da torrente de Cedron, onde havia um jardim, no qual entrou com os seus discípulos. 2.Judas, o traidor, conhecia também aquele lugar, porque Jesus ia freqüentemente para lá com os seus discípulos. 3.Tomou então Judas a coorte e os guardas de serviço dos pontífices e dos fariseus, e chegaram ali com lanternas, tochas e armas. 4.Como Jesus soubesse tudo o que havia de lhe acontecer, adiantou-se e perguntou-lhes: A quem buscais? 5.Responderam: A Jesus de Nazaré. Sou eu, disse-lhes. (Também Judas, o traidor, estava com eles.) 6.Quando lhes disse Sou eu, recuaram e caíram por terra. 7.Perguntou-lhes ele, pela segunda vez: A quem buscais? Disseram: A Jesus de Nazaré. 8.Replicou Jesus: Já vos disse que sou eu. Se é, pois, a mim que buscais, deixai ir estes. 9.Assim se cumpriu a palavra que disse: Dos que me deste não perdi nenhum (Jo 17,12). 10.Simão Pedro, que tinha uma espada, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha direita. (O servo chamava-se Malco.) 11.Mas Jesus disse a Pedro: Enfia a tua espada na bainha! Não hei de beber eu o cálice que o Pai me deu? 12.Então a coorte, o tribuno e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o ataram. 13.Conduziram-no primeiro a Anás, por ser sogro de Caifás, que era o sumo sacerdote daquele ano. 14.Caifás fora quem dera aos judeus o conselho: Convém que um só homem morra em lugar do povo. 15.Simão Pedro seguia Jesus, e mais outro discípulo. Este discípulo era conhecido do sumo sacerdote e entrou com Jesus no pátio da casa do sumo sacerdote, 16.porém Pedro ficou de fora, à porta. Mas o outro discípulo (que era conhecido do sumo sacerdote) saiu e falou à porteira, e esta deixou Pedro entrar. 17.A porteira perguntou a Pedro: Não és acaso também tu dos discípulos desse homem? Não o sou, respondeu ele. 18.Os servos e os guardas acenderam um fogo, porque fazia frio, e se aqueciam. Com eles estava também Pedro, de pé, aquecendo-se. 19.O sumo sacerdote indagou de Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. 20.Jesus respondeu-lhe: Falei publicamente ao mundo. Ensinei na sinagoga e no templo, onde se reúnem os judeus, e nada falei às ocultas. 21.Por que me perguntas? Pergunta àqueles que ouviram o que lhes disse. Estes sabem o que ensinei. 22.A estas palavras, um dos guardas presentes deu uma bofetada em Jesus, dizendo: É assim que respondes ao sumo sacerdote? 23.Replicou-lhe Jesus: Se falei mal, prova-o, mas se falei bem, por que me bates? 24.(Anás enviou-o preso ao sumo sacerdote Caifás.) 25.Simão Pedro estava lá se aquecendo. Perguntaram-lhe: Não és porventura, também tu, dos seus discípulos? Negou-o, dizendo: Não! 26.Disse-lhe um dos servos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha: Não te vi eu com ele no horto? 27.Mas Pedro negou-o outra vez, e imediatamente o galo cantou. 28.Da casa de Caifás conduziram Jesus ao pretório. Era de manhã cedo. Mas os judeus não entraram no pretório, para não se contaminarem e poderem comer a Páscoa. 29.Saiu, por isso, Pilatos para ter com eles, e perguntou: Que acusação trazeis contra este homem? 30.Responderam-lhe: Se este não fosse malfeitor, não o teríamos entregue a ti. 31.Disse, então, Pilatos: Tomai-o e julgai-o vós mesmos segundo a vossa lei. Responderam-lhe os judeus: Não nos é permitido matar ninguém. 32.Assim se cumpria a palavra com a qual Jesus indicou de que gênero de morte havia de morrer (Mt 20,19). 33.Pilatos entrou no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus? 34.Jesus respondeu: Dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim? 35.Disse Pilatos: Acaso sou eu judeu? A tua nação e os sumos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste? 36.Respondeu Jesus: O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus súditos certamente teriam pelejado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu Reino não é deste mundo. 37.Perguntou-lhe então Pilatos: És, portanto, rei? Respondeu Jesus: Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz. 38.Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade?... Falando isso, saiu de novo, foi ter com os judeus e disse-lhes: Não acho nele crime algum. 39.Mas é costume entre vós que pela Páscoa vos solte um preso. Quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus? 40.Então todos gritaram novamente e disseram: Não! A este não! Mas a Barrabás! (Barrabás era um salteador.)"
"São João, 19
1.Pilatos mandou então flagelar Jesus. 2.Os soldados teceram de espinhos uma coroa e puseram-lha sobre a cabeça e cobriram-no com um manto de púrpura. 3.Aproximavam-se dele e diziam: Salve, rei dos judeus! E davam-lhe bofetadas. 4.Pilatos saiu outra vez e disse-lhes: Eis que vo-lo trago fora, para que saibais que não acho nele nenhum motivo de acusação. 5.Apareceu então Jesus, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Pilatos disse: Eis o homem! 6.Quando os pontífices e os guardas o viram, gritaram: Crucifica-o! Crucifica-o! Falou-lhes Pilatos: Tomai-o vós e crucificai-o, pois eu não acho nele culpa alguma. 7.Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei, e segundo essa lei ele deve morrer, porque se declarou Filho de Deus. 8.Estas palavras impressionaram Pilatos. 9.Entrou novamente no pretório e perguntou a Jesus: De onde és tu? Mas Jesus não lhe respondeu. 10.Pilatos então lhe disse: Tu não me respondes? Não sabes que tenho poder para te soltar e para te crucificar? 11.Respondeu Jesus: Não terias poder algum sobre mim, se de cima não te fora dado. Por isso, quem me entregou a ti tem pecado maior. 12.Desde então Pilatos procurava soltá-lo. Mas os judeus gritavam: Se o soltares, não és amigo do imperador, porque todo o que se faz rei se declara contra o imperador. 13.Ouvindo estas palavras, Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado Lajeado, em hebraico Gábata. 14.(Era a Preparação para a Páscoa, cerca da hora sexta.) Pilatos disse aos judeus: Eis o vosso rei! 15.Mas eles clamavam: Fora com ele! Fora com ele! Crucifica-o! Pilatos perguntou-lhes: Hei de crucificar o vosso rei? Os sumos sacerdotes responderam: Não temos outro rei senão César! 16.Entregou-o então a eles para que fosse crucificado. 17.Levaram então consigo Jesus. Ele próprio carregava a sua cruz para fora da cidade, em direção ao lugar chamado Calvário, em hebraico Gólgota. 18.Ali o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. 19.Pilatos redigiu também uma inscrição e a fixou por cima da cruz. Nela estava escrito: Jesus de Nazaré, rei dos judeus. 20.Muitos dos judeus leram essa inscrição, porque Jesus foi crucificado perto da cidade e a inscrição era redigida em hebraico, em latim e em grego. 21.Os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: Não escrevas: Rei dos judeus, mas sim: Este homem disse ser o rei dos judeus. 22.Respondeu Pilatos: O que escrevi, escrevi. 23.Depois de os soldados crucificarem Jesus, tomaram as suas vestes e fizeram delas quatro partes, uma para cada soldado. A túnica, porém, toda tecida de alto a baixo, não tinha costura. 24.Disseram, pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas deitemos sorte sobre ela, para ver de quem será. Assim se cumpria a Escritura: Repartiram entre si as minhas vestes e deitaram sorte sobre a minha túnica (Sl 21,19). Isso fizeram os soldados. 25.Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. 26.Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho. 27.Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa. 28.Em seguida, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para se cumprir plenamente a Escritura, disse: Tenho sede. 29.Havia ali um vaso cheio de vinagre. Os soldados encheram de vinagre uma esponja e, fixando-a numa vara de hissopo, chegaram-lhe à boca. 30.Havendo Jesus tomado do vinagre, disse: Tudo está consumado. Inclinou a cabeça e rendeu o espírito. 31.Os judeus temeram que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque já era a Preparação e esse sábado era particularmente solene. Rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados. 32.Vieram os soldados e quebraram as pernas do primeiro e do outro, que com ele foram crucificados. 33.Chegando, porém, a Jesus, como o vissem já morto, não lhe quebraram as pernas, 34.mas um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água. 35.O que foi testemunha desse fato o atesta (e o seu testemunho é digno de fé, e ele sabe que diz a verdade), a fim de que vós creiais. 36.Assim se cumpriu a Escritura: Nenhum dos seus ossos será quebrado (Ex 12,46). 37.E diz em outra parte a Escritura: Olharão para aquele que transpassaram (Zc 12,10). 38.Depois disso, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus, mas ocultamente, por medo dos judeus, rogou a Pilatos a autorização para tirar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu. Foi, pois, e tirou o corpo de Jesus. 39.Acompanhou-o Nicodemos (aquele que anteriormente fora de noite ter com Jesus), levando umas cem libras de uma mistura de mirra e aloés. 40.Tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no em panos com os aromas, como os judeus costumam sepultar. 41.No lugar em que ele foi crucificado havia um jardim, e no jardim um sepulcro novo, em que ninguém ainda fora depositado. 42.Foi ali que depositaram Jesus por causa da Preparação dos judeus e da proximidade do túmulo."
São João, 20
1.No primeiro dia que se seguia ao sábado, Maria Madalena foi ao sepulcro, de manhã cedo, quando ainda estava escuro. Viu a pedra removida do sepulcro. 2.Correu e foi dizer a Simão Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava: Tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram! 3.Saiu então Pedro com aquele outro discípulo, e foram ao sepulcro. 4.Corriam juntos, mas aquele outro discípulo correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. 5.Inclinou-se e viu ali os panos no chão, mas não entrou. 6.Chegou Simão Pedro que o seguia, entrou no sepulcro e viu os panos postos no chão. 7.Viu também o sudário que estivera sobre a cabeça de Jesus. Não estava, porém, com os panos, mas enrolado num lugar à parte. 8.Então entrou também o discípulo que havia chegado primeiro ao sepulcro. Viu e creu. 9.Em verdade, ainda não haviam entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dentre os mortos. 10.Os discípulos, então, voltaram para as suas casas. 11.Entretanto, Maria se conservava do lado de fora perto do sepulcro e chorava. Chorando, inclinou-se para olhar dentro do sepulcro. 12.Viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde estivera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13.Eles lhe perguntaram: Mulher, por que choras? Ela respondeu: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram. 14.Ditas estas palavras, voltou-se para trás e viu Jesus em pé, mas não o reconheceu. 15.Perguntou-lhe Jesus: Mulher, por que choras? Quem procuras? Supondo ela que fosse o jardineiro, respondeu: Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste e eu o irei buscar. 16.Disse-lhe Jesus: Maria! Voltando-se ela, exclamou em hebraico: Rabôni! (que quer dizer Mestre). 17.Disse-lhe Jesus: Não me retenhas, porque ainda não subi a meu Pai, mas vai a meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus. 18.Maria Madalena correu para anunciar aos discípulos que ela tinha visto o Senhor e contou o que ele lhe tinha falado. 19.Na tarde do mesmo dia, que era o primeiro da semana, os discípulos tinham fechado as portas do lugar onde se achavam, por medo dos judeus. Jesus veio e pôs-se no meio deles. Disse-lhes ele: A paz esteja convosco! 20.Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos alegraram-se ao ver o Senhor. 21.Disse-lhes outra vez: A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós. 22.Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo. 23.Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos. 24.Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. 25.Os outros discípulos disseram-lhe: Vimos o Senhor. Mas ele replicou-lhes: Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e não puser o meu dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não acreditarei! 26.Oito dias depois, estavam os seus discípulos outra vez no mesmo lugar e Tomé com eles. Estando trancadas as portas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse: A paz esteja convosco! 27.Depois disse a Tomé: Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé. 28.Respondeu-lhe Tomé: Meu Senhor e meu Deus! 29.Disse-lhe Jesus: Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto! 30.Fez Jesus, na presença dos seus discípulos, ainda muitos outros milagres que não estão escritos neste livro. 31.Mas estes foram escritos, para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome."
"São João, 21
1.Depois disso, tornou Jesus a manifestar-se aos seus discípulos junto ao lago de Tiberíades. Manifestou-se deste modo: 2.Estavam juntos Simão Pedro, Tomé (chamado Dídimo), Natanael (que era de Caná da Galiléia), os filhos de Zebedeu e outros dois dos seus discípulos. 3.Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Responderam-lhe eles: Também nós vamos contigo. Partiram e entraram na barca. Naquela noite, porém, nada apanharam. 4.Chegada a manhã, Jesus estava na praia. Todavia, os discípulos não o reconheceram. 5.Perguntou-lhes Jesus: Amigos, não tendes acaso alguma coisa para comer? Não, responderam-lhe. 6.Disse-lhes ele: Lançai a rede ao lado direito da barca e achareis. Lançaram-na, e já não podiam arrastá-la por causa da grande quantidade de peixes. 7.Então aquele discípulo, que Jesus amava, disse a Pedro: É o Senhor! Quando Simão Pedro ouviu dizer que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu) e lançou-se às águas. 8.Os outros discípulos vieram na barca, arrastando a rede dos peixes (pois não estavam longe da terra, senão cerca de duzentos côvados). 9.Ao saltarem em terra, viram umas brasas preparadas e um peixe em cima delas, e pão. 10.Disse-lhes Jesus: Trazei aqui alguns dos peixes que agora apanhastes. 11.Subiu Simão Pedro e puxou a rede para a terra, cheia de cento e cinqüenta e três peixes grandes. Apesar de serem tantos, a rede não se rompeu. 12.Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. Nenhum dos discípulos ousou perguntar-lhe: Quem és tu?, pois bem sabiam que era o Senhor. 13.Jesus aproximou-se, tomou o pão e lhos deu, e do mesmo modo o peixe. 14.Era esta já a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado. 15.Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. 16.Perguntou-lhe outra vez: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. 17.Perguntou-lhe pela terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez: Amas-me?, e respondeu-lhe: Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas. 18.Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais moço, cingias-te e andavas aonde querias. Mas, quando fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres. 19.Por estas palavras, ele indicava o gênero de morte com que havia de glorificar a Deus. E depois de assim ter falado, acrescentou: Segue-me! 20.Voltando-se Pedro, viu que o seguia aquele discípulo que Jesus amava (aquele que estivera reclinado sobre o seu peito, durante a ceia, e lhe perguntara: Senhor, quem é que te há de trair?). 21.Vendo-o, Pedro perguntou a Jesus: Senhor, e este? Que será dele? 22.Respondeu-lhe Jesus: Que te importa se eu quero que ele fique até que eu venha? Segue-me tu. 23.Correu por isso o boato entre os irmãos de que aquele discípulo não morreria. Mas Jesus não lhe disse: Não morrerá, mas: Que te importa se quero que ele fique assim até que eu venha? 24.Este é o discípulo que dá testemunho de todas essas coisas, e as escreveu. E sabemos que é digno de fé o seu testemunho. 25.Jesus fez ainda muitas outras coisas. Se fossem escritas uma por uma, penso que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que se deveriam escrever."
A ressureição de Jesus
"São Mateus, 28
1.Depois do sábado, quando amanhecia o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o túmulo. 2.E eis que houve um violento tremor de terra: um anjo do Senhor desceu do céu, rolou a pedra e sentou-se sobre ela. 3.Resplandecia como relâmpago e suas vestes eram brancas como a neve. 4.Vendo isto, os guardas pensaram que morreriam de pavor. 5.Mas o anjo disse às mulheres: Não temais! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. 6.Não está aqui: ressuscitou como disse. Vinde e vede o lugar em que ele repousou. 7.Ide depressa e dizei aos discípulos que ele ressuscitou dos mortos. Ele vos precede na Galiléia. Lá o haveis de rever, eu vo-lo disse. 8.Elas se afastaram prontamente do túmulo com certo receio, mas ao mesmo tempo com alegria, e correram a dar a boa nova aos discípulos. 9.Nesse momento, Jesus apresentou-se diante delas e disse-lhes: Salve! Aproximaram-se elas e, prostradas diante dele, beijaram-lhe os pés. 10.Disse-lhes Jesus: Não temais! Ide dizer aos meus irmãos que se dirijam à Galiléia, pois é lá que eles me verão. 11.Enquanto elas voltavam, alguns homens da guarda já estavam na cidade para anunciar o acontecimento aos príncipes dos sacerdotes. 12.Reuniram-se estes em conselho com os anciãos. Deram aos soldados uma importante soma de dinheiro, ordenando-lhes: 13.Vós direis que seus discípulos vieram retirá-lo à noite, enquanto dormíeis. 14.Se o governador vier a sabê-lo, nós o acalmaremos e vos tiraremos de dificuldades. 15.Os soldados receberam o dinheiro e seguiram suas instruções. E esta versão é ainda hoje espalhada entre os judeus. 16.Os onze discípulos foram para a Galiléia, para a montanha que Jesus lhes tinha designado. 17.Quando o viram, adoraram-no; entretanto, alguns hesitavam ainda. 18.Mas Jesus, aproximando-se, lhes disse: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. 19.Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 20.Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo."
"São Marcos, 16
1.Passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram aromas para ungir Jesus.
2.E no primeiro dia da semana, foram muito cedo ao sepulcro, mal o sol havia despontado.
3.E diziam entre si: Quem nos há de remover a pedra da entrada do sepulcro?
4.Levantando os olhos, elas viram removida a pedra, que era muito grande.
5.Entrando no sepulcro, viram, sentado do lado direito, um jovem, vestido de roupas brancas, e assustaram-se. 6.Ele lhes falou: Não tenhais medo. Buscais Jesus de Nazaré, que foi crucificado. Ele ressuscitou, já não está aqui. Eis o lugar onde o depositaram.
7.Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vos precede na Galiléia. Lá o vereis como vos disse. 8.Elas saíram do sepulcro e fugiram trêmulas e amedrontadas. E a ninguém disseram coisa alguma por causa do medo.
9.Tendo Jesus ressuscitado de manhã, no primeiro dia da semana apareceu primeiramente a Maria de Magdala, de quem tinha expulsado sete demônios.
10.Foi ela noticiá-lo aos que estiveram com ele, os quais estavam aflitos e chorosos.
11.Quando souberam que Jesus vivia e que ela o tinha visto, não quiseram acreditar.
12.Mais tarde, ele apareceu sob outra forma a dois entre eles que iam para o campo.
13.Eles foram anunciá-lo aos demais. Mas estes tampouco acreditaram.
14.Por fim apareceu aos Onze, quando estavam sentados à mesa, e censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração, por não acreditarem nos que o tinham visto ressuscitado.
15.E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura.
16.Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado.
17.Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas, 18.manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos aos enfermos e eles ficarão curados.
19.Depois que o Senhor Jesus lhes falou, foi levado ao céu e está sentado à direita de Deus.
20.Os discípulos partiram e pregaram por toda parte. O Senhor cooperava com eles e confirmava a sua palavra com os milagres que a acompanhavam."
"São Lucas, 24
1.No primeiro dia da semana, muito cedo, dirigiram-se ao sepulcro com os aromas que haviam preparado. 2.Acharam a pedra removida longe da abertura do sepulcro. 3.Entraram, mas não encontraram o corpo do Senhor Jesus. 4.Não sabiam elas o que pensar, quando apareceram em frente delas dois personagens com vestes resplandecentes. 5.Como estivessem amedrontadas e voltassem o rosto para o chão, disseram-lhes eles: Por que buscais entre os mortos aquele que está vivo? 6.Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como ele vos disse, quando ainda estava na Galiléia: 7.O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores e crucificado, mas ressuscitará ao terceiro dia. 8.Então elas se lembraram das palavras de Jesus. 9.Voltando do sepulcro, contaram tudo isso aos Onze e a todos os demais. 10.Eram elas Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago; as outras suas amigas relataram aos apóstolos a mesma coisa. 11.Mas essas notícias pareciam-lhes como um delírio, e não lhes deram crédito. 12.Contudo, Pedro correu ao sepulcro; inclinando-se para olhar, viu só os panos de linho na terra. Depois, retirou-se para a sua casa, admirado do que acontecera. 13.Nesse mesmo dia, dois discípulos caminhavam para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. 14.Iam falando um com o outro de tudo o que se tinha passado. 15.Enquanto iam conversando e discorrendo entre si, o mesmo Jesus aproximou-se deles e caminhava com eles. 16.Mas os olhos estavam-lhes como que vendados e não o reconheceram. 17.Perguntou-lhes, então: De que estais falando pelo caminho, e por que estais tristes? 18.Um deles, chamado Cléofas, respondeu-lhe: És tu acaso o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que nela aconteceu estes dias? 19.Perguntou-lhes ele: Que foi? Disseram: A respeito de Jesus de Nazaré... Era um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo. 20.Os nossos sumos sacerdotes e os nossos magistrados o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21.Nós esperávamos que fosse ele quem havia de restaurar Israel e agora, além de tudo isto, é hoje o terceiro dia que essas coisas sucederam. 22.É verdade que algumas mulheres dentre nós nos alarmaram. Elas foram ao sepulcro, antes do nascer do sol; 23.e não tendo achado o seu corpo, voltaram, dizendo que tiveram uma visão de anjos, os quais asseguravam que está vivo. 24.Alguns dos nossos foram ao sepulcro e acharam assim como as mulheres tinham dito, mas a ele mesmo não viram. 25.Jesus lhes disse: Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo o que anunciaram os profetas! 26.Porventura não era necessário que Cristo sofresse essas coisas e assim entrasse na sua glória? 27.E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava dito em todas as Escrituras. 28.Aproximaram-se da aldeia para onde iam e ele fez como se quisesse passar adiante. 29.Mas eles forçaram-no a parar: Fica conosco, já é tarde e já declina o dia. Entrou então com eles. 30.Aconteceu que, estando sentado conjuntamente à mesa, ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lho. 31.Então se lhes abriram os olhos e o reconheceram... mas ele desapareceu. 32.Diziam então um para o outro: Não se nos abrasava o coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras? 33.Levantaram-se na mesma hora e voltaram a Jerusalém. Aí acharam reunidos os Onze e os que com eles estavam. 34.Todos diziam: O Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão. 35.Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão. 36.Enquanto ainda falavam dessas coisas, Jesus apresentou-se no meio deles e disse-lhes: A paz esteja convosco! 37.Perturbados e espantados, pensaram estar vendo um espírito. 38.Mas ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que essas dúvidas nos vossos corações? 39.Vede minhas mãos e meus pés, sou eu mesmo; apalpai e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que tenho. 40.E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. 41.Mas, vacilando eles ainda e estando transportados de alegria, perguntou: Tendes aqui alguma coisa para comer? 42.Então ofereceram-lhe um pedaço de peixe assado. 43.Ele tomou e comeu à vista deles. 44.Depois lhes disse: Isto é o que vos dizia quando ainda estava convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos profetas e nos Salmos. 45.Abriu-lhes então o espírito, para que compreendessem as Escrituras, dizendo: 46.Assim é que está escrito, e assim era necessário que Cristo padecesse, mas que ressurgisse dos mortos ao terceiro dia. 47.E que em seu nome se pregasse a penitência e a remissão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. 48.Vós sois as testemunhas de tudo isso. 49.Eu vos mandarei o Prometido de meu Pai; entretanto, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto. 50.Depois os levou para Betânia e, levantando as mãos, os abençoou. 51.Enquanto os abençoava, separou-se deles e foi arrebatado ao céu. 52.Depois de o terem adorado, voltaram para Jerusalém com grande júbilo. 53.E permaneciam no templo, louvando e bendizendo a Deus."
"São João, 20
1.No primeiro dia que se seguia ao sábado, Maria Madalena foi ao sepulcro, de manhã cedo, quando ainda estava escuro. Viu a pedra removida do sepulcro. 2.Correu e foi dizer a Simão Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava: Tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram! 3.Saiu então Pedro com aquele outro discípulo, e foram ao sepulcro. 4.Corriam juntos, mas aquele outro discípulo correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. 5.Inclinou-se e viu ali os panos no chão, mas não entrou. 6.Chegou Simão Pedro que o seguia, entrou no sepulcro e viu os panos postos no chão. 7.Viu também o sudário que estivera sobre a cabeça de Jesus. Não estava, porém, com os panos, mas enrolado num lugar à parte. 8.Então entrou também o discípulo que havia chegado primeiro ao sepulcro. Viu e creu. 9.Em verdade, ainda não haviam entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dentre os mortos. 10.Os discípulos, então, voltaram para as suas casas. 11.Entretanto, Maria se conservava do lado de fora perto do sepulcro e chorava. Chorando, inclinou-se para olhar dentro do sepulcro. 12.Viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde estivera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13.Eles lhe perguntaram: Mulher, por que choras? Ela respondeu: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram. 14.Ditas estas palavras, voltou-se para trás e viu Jesus em pé, mas não o reconheceu. 15.Perguntou-lhe Jesus: Mulher, por que choras? Quem procuras? Supondo ela que fosse o jardineiro, respondeu: Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste e eu o irei buscar. 16.Disse-lhe Jesus: Maria! Voltando-se ela, exclamou em hebraico: Rabôni! (que quer dizer Mestre). 17.Disse-lhe Jesus: Não me retenhas, porque ainda não subi a meu Pai, mas vai a meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus. 18.Maria Madalena correu para anunciar aos discípulos que ela tinha visto o Senhor e contou o que ele lhe tinha falado. 19.Na tarde do mesmo dia, que era o primeiro da semana, os discípulos tinham fechado as portas do lugar onde se achavam, por medo dos judeus. Jesus veio e pôs-se no meio deles. Disse-lhes ele: A paz esteja convosco! 20.Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos alegraram-se ao ver o Senhor. 21.Disse-lhes outra vez: A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós. 22.Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo. 23.Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos. 24.Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. 25.Os outros discípulos disseram-lhe: Vimos o Senhor. Mas ele replicou-lhes: Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e não puser o meu dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não acreditarei! 26.Oito dias depois, estavam os seus discípulos outra vez no mesmo lugar e Tomé com eles. Estando trancadas as portas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse: A paz esteja convosco! 27.Depois disse a Tomé: Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé. 28.Respondeu-lhe Tomé: Meu Senhor e meu Deus! 29.Disse-lhe Jesus: Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto! 30.Fez Jesus, na presença dos seus discípulos, ainda muitos outros milagres que não estão escritos neste livro. 31.Mas estes foram escritos, para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome."
1.Passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram aromas para ungir Jesus.
2.E no primeiro dia da semana, foram muito cedo ao sepulcro, mal o sol havia despontado.
3.E diziam entre si: Quem nos há de remover a pedra da entrada do sepulcro?
4.Levantando os olhos, elas viram removida a pedra, que era muito grande.
5.Entrando no sepulcro, viram, sentado do lado direito, um jovem, vestido de roupas brancas, e assustaram-se. 6.Ele lhes falou: Não tenhais medo. Buscais Jesus de Nazaré, que foi crucificado. Ele ressuscitou, já não está aqui. Eis o lugar onde o depositaram.
7.Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vos precede na Galiléia. Lá o vereis como vos disse. 8.Elas saíram do sepulcro e fugiram trêmulas e amedrontadas. E a ninguém disseram coisa alguma por causa do medo.
9.Tendo Jesus ressuscitado de manhã, no primeiro dia da semana apareceu primeiramente a Maria de Magdala, de quem tinha expulsado sete demônios.
10.Foi ela noticiá-lo aos que estiveram com ele, os quais estavam aflitos e chorosos.
11.Quando souberam que Jesus vivia e que ela o tinha visto, não quiseram acreditar.
12.Mais tarde, ele apareceu sob outra forma a dois entre eles que iam para o campo.
13.Eles foram anunciá-lo aos demais. Mas estes tampouco acreditaram.
14.Por fim apareceu aos Onze, quando estavam sentados à mesa, e censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração, por não acreditarem nos que o tinham visto ressuscitado.
15.E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura.
16.Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado.
17.Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas, 18.manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos aos enfermos e eles ficarão curados.
19.Depois que o Senhor Jesus lhes falou, foi levado ao céu e está sentado à direita de Deus.
20.Os discípulos partiram e pregaram por toda parte. O Senhor cooperava com eles e confirmava a sua palavra com os milagres que a acompanhavam."
"São Lucas, 24
1.No primeiro dia da semana, muito cedo, dirigiram-se ao sepulcro com os aromas que haviam preparado. 2.Acharam a pedra removida longe da abertura do sepulcro. 3.Entraram, mas não encontraram o corpo do Senhor Jesus. 4.Não sabiam elas o que pensar, quando apareceram em frente delas dois personagens com vestes resplandecentes. 5.Como estivessem amedrontadas e voltassem o rosto para o chão, disseram-lhes eles: Por que buscais entre os mortos aquele que está vivo? 6.Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como ele vos disse, quando ainda estava na Galiléia: 7.O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores e crucificado, mas ressuscitará ao terceiro dia. 8.Então elas se lembraram das palavras de Jesus. 9.Voltando do sepulcro, contaram tudo isso aos Onze e a todos os demais. 10.Eram elas Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago; as outras suas amigas relataram aos apóstolos a mesma coisa. 11.Mas essas notícias pareciam-lhes como um delírio, e não lhes deram crédito. 12.Contudo, Pedro correu ao sepulcro; inclinando-se para olhar, viu só os panos de linho na terra. Depois, retirou-se para a sua casa, admirado do que acontecera. 13.Nesse mesmo dia, dois discípulos caminhavam para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. 14.Iam falando um com o outro de tudo o que se tinha passado. 15.Enquanto iam conversando e discorrendo entre si, o mesmo Jesus aproximou-se deles e caminhava com eles. 16.Mas os olhos estavam-lhes como que vendados e não o reconheceram. 17.Perguntou-lhes, então: De que estais falando pelo caminho, e por que estais tristes? 18.Um deles, chamado Cléofas, respondeu-lhe: És tu acaso o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que nela aconteceu estes dias? 19.Perguntou-lhes ele: Que foi? Disseram: A respeito de Jesus de Nazaré... Era um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo. 20.Os nossos sumos sacerdotes e os nossos magistrados o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21.Nós esperávamos que fosse ele quem havia de restaurar Israel e agora, além de tudo isto, é hoje o terceiro dia que essas coisas sucederam. 22.É verdade que algumas mulheres dentre nós nos alarmaram. Elas foram ao sepulcro, antes do nascer do sol; 23.e não tendo achado o seu corpo, voltaram, dizendo que tiveram uma visão de anjos, os quais asseguravam que está vivo. 24.Alguns dos nossos foram ao sepulcro e acharam assim como as mulheres tinham dito, mas a ele mesmo não viram. 25.Jesus lhes disse: Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo o que anunciaram os profetas! 26.Porventura não era necessário que Cristo sofresse essas coisas e assim entrasse na sua glória? 27.E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava dito em todas as Escrituras. 28.Aproximaram-se da aldeia para onde iam e ele fez como se quisesse passar adiante. 29.Mas eles forçaram-no a parar: Fica conosco, já é tarde e já declina o dia. Entrou então com eles. 30.Aconteceu que, estando sentado conjuntamente à mesa, ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lho. 31.Então se lhes abriram os olhos e o reconheceram... mas ele desapareceu. 32.Diziam então um para o outro: Não se nos abrasava o coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras? 33.Levantaram-se na mesma hora e voltaram a Jerusalém. Aí acharam reunidos os Onze e os que com eles estavam. 34.Todos diziam: O Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão. 35.Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão. 36.Enquanto ainda falavam dessas coisas, Jesus apresentou-se no meio deles e disse-lhes: A paz esteja convosco! 37.Perturbados e espantados, pensaram estar vendo um espírito. 38.Mas ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que essas dúvidas nos vossos corações? 39.Vede minhas mãos e meus pés, sou eu mesmo; apalpai e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que tenho. 40.E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. 41.Mas, vacilando eles ainda e estando transportados de alegria, perguntou: Tendes aqui alguma coisa para comer? 42.Então ofereceram-lhe um pedaço de peixe assado. 43.Ele tomou e comeu à vista deles. 44.Depois lhes disse: Isto é o que vos dizia quando ainda estava convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos profetas e nos Salmos. 45.Abriu-lhes então o espírito, para que compreendessem as Escrituras, dizendo: 46.Assim é que está escrito, e assim era necessário que Cristo padecesse, mas que ressurgisse dos mortos ao terceiro dia. 47.E que em seu nome se pregasse a penitência e a remissão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. 48.Vós sois as testemunhas de tudo isso. 49.Eu vos mandarei o Prometido de meu Pai; entretanto, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto. 50.Depois os levou para Betânia e, levantando as mãos, os abençoou. 51.Enquanto os abençoava, separou-se deles e foi arrebatado ao céu. 52.Depois de o terem adorado, voltaram para Jerusalém com grande júbilo. 53.E permaneciam no templo, louvando e bendizendo a Deus."
"São João, 20
1.No primeiro dia que se seguia ao sábado, Maria Madalena foi ao sepulcro, de manhã cedo, quando ainda estava escuro. Viu a pedra removida do sepulcro. 2.Correu e foi dizer a Simão Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava: Tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram! 3.Saiu então Pedro com aquele outro discípulo, e foram ao sepulcro. 4.Corriam juntos, mas aquele outro discípulo correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. 5.Inclinou-se e viu ali os panos no chão, mas não entrou. 6.Chegou Simão Pedro que o seguia, entrou no sepulcro e viu os panos postos no chão. 7.Viu também o sudário que estivera sobre a cabeça de Jesus. Não estava, porém, com os panos, mas enrolado num lugar à parte. 8.Então entrou também o discípulo que havia chegado primeiro ao sepulcro. Viu e creu. 9.Em verdade, ainda não haviam entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dentre os mortos. 10.Os discípulos, então, voltaram para as suas casas. 11.Entretanto, Maria se conservava do lado de fora perto do sepulcro e chorava. Chorando, inclinou-se para olhar dentro do sepulcro. 12.Viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde estivera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13.Eles lhe perguntaram: Mulher, por que choras? Ela respondeu: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram. 14.Ditas estas palavras, voltou-se para trás e viu Jesus em pé, mas não o reconheceu. 15.Perguntou-lhe Jesus: Mulher, por que choras? Quem procuras? Supondo ela que fosse o jardineiro, respondeu: Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste e eu o irei buscar. 16.Disse-lhe Jesus: Maria! Voltando-se ela, exclamou em hebraico: Rabôni! (que quer dizer Mestre). 17.Disse-lhe Jesus: Não me retenhas, porque ainda não subi a meu Pai, mas vai a meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus. 18.Maria Madalena correu para anunciar aos discípulos que ela tinha visto o Senhor e contou o que ele lhe tinha falado. 19.Na tarde do mesmo dia, que era o primeiro da semana, os discípulos tinham fechado as portas do lugar onde se achavam, por medo dos judeus. Jesus veio e pôs-se no meio deles. Disse-lhes ele: A paz esteja convosco! 20.Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos alegraram-se ao ver o Senhor. 21.Disse-lhes outra vez: A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós. 22.Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo. 23.Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos. 24.Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. 25.Os outros discípulos disseram-lhe: Vimos o Senhor. Mas ele replicou-lhes: Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e não puser o meu dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não acreditarei! 26.Oito dias depois, estavam os seus discípulos outra vez no mesmo lugar e Tomé com eles. Estando trancadas as portas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse: A paz esteja convosco! 27.Depois disse a Tomé: Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé. 28.Respondeu-lhe Tomé: Meu Senhor e meu Deus! 29.Disse-lhe Jesus: Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto! 30.Fez Jesus, na presença dos seus discípulos, ainda muitos outros milagres que não estão escritos neste livro. 31.Mas estes foram escritos, para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome."
"São Lucas, 24
1.No primeiro dia da semana, muito cedo, dirigiram-se ao sepulcro com os aromas que haviam preparado. 2.Acharam a pedra removida longe da abertura do sepulcro. 3.Entraram, mas não encontraram o corpo do Senhor Jesus. 4.Não sabiam elas o que pensar, quando apareceram em frente delas dois personagens com vestes resplandecentes. 5.Como estivessem amedrontadas e voltassem o rosto para o chão, disseram-lhes eles: Por que buscais entre os mortos aquele que está vivo? 6.Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como ele vos disse, quando ainda estava na Galiléia: 7.O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores e crucificado, mas ressuscitará ao terceiro dia. 8.Então elas se lembraram das palavras de Jesus. 9.Voltando do sepulcro, contaram tudo isso aos Onze e a todos os demais. 10.Eram elas Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago; as outras suas amigas relataram aos apóstolos a mesma coisa. 11.Mas essas notícias pareciam-lhes como um delírio, e não lhes deram crédito. 12.Contudo, Pedro correu ao sepulcro; inclinando-se para olhar, viu só os panos de linho na terra. Depois, retirou-se para a sua casa, admirado do que acontecera. 13.Nesse mesmo dia, dois discípulos caminhavam para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. 14.Iam falando um com o outro de tudo o que se tinha passado. 15.Enquanto iam conversando e discorrendo entre si, o mesmo Jesus aproximou-se deles e caminhava com eles. 16.Mas os olhos estavam-lhes como que vendados e não o reconheceram. 17.Perguntou-lhes, então: De que estais falando pelo caminho, e por que estais tristes? 18.Um deles, chamado Cléofas, respondeu-lhe: És tu acaso o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que nela aconteceu estes dias? 19.Perguntou-lhes ele: Que foi? Disseram: A respeito de Jesus de Nazaré... Era um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo. 20.Os nossos sumos sacerdotes e os nossos magistrados o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21.Nós esperávamos que fosse ele quem havia de restaurar Israel e agora, além de tudo isto, é hoje o terceiro dia que essas coisas sucederam. 22.É verdade que algumas mulheres dentre nós nos alarmaram. Elas foram ao sepulcro, antes do nascer do sol; 23.e não tendo achado o seu corpo, voltaram, dizendo que tiveram uma visão de anjos, os quais asseguravam que está vivo. 24.Alguns dos nossos foram ao sepulcro e acharam assim como as mulheres tinham dito, mas a ele mesmo não viram. 25.Jesus lhes disse: Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo o que anunciaram os profetas! 26.Porventura não era necessário que Cristo sofresse essas coisas e assim entrasse na sua glória? 27.E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava dito em todas as Escrituras. 28.Aproximaram-se da aldeia para onde iam e ele fez como se quisesse passar adiante. 29.Mas eles forçaram-no a parar: Fica conosco, já é tarde e já declina o dia. Entrou então com eles. 30.Aconteceu que, estando sentado conjuntamente à mesa, ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lho. 31.Então se lhes abriram os olhos e o reconheceram... mas ele desapareceu. 32.Diziam então um para o outro: Não se nos abrasava o coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras? 33.Levantaram-se na mesma hora e voltaram a Jerusalém. Aí acharam reunidos os Onze e os que com eles estavam. 34.Todos diziam: O Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão. 35.Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão. 36.Enquanto ainda falavam dessas coisas, Jesus apresentou-se no meio deles e disse-lhes: A paz esteja convosco! 37.Perturbados e espantados, pensaram estar vendo um espírito. 38.Mas ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que essas dúvidas nos vossos corações? 39.Vede minhas mãos e meus pés, sou eu mesmo; apalpai e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que tenho. 40.E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. 41.Mas, vacilando eles ainda e estando transportados de alegria, perguntou: Tendes aqui alguma coisa para comer? 42.Então ofereceram-lhe um pedaço de peixe assado. 43.Ele tomou e comeu à vista deles. 44.Depois lhes disse: Isto é o que vos dizia quando ainda estava convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos profetas e nos Salmos. 45.Abriu-lhes então o espírito, para que compreendessem as Escrituras, dizendo: 46.Assim é que está escrito, e assim era necessário que Cristo padecesse, mas que ressurgisse dos mortos ao terceiro dia. 47.E que em seu nome se pregasse a penitência e a remissão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. 48.Vós sois as testemunhas de tudo isso. 49.Eu vos mandarei o Prometido de meu Pai; entretanto, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto. 50.Depois os levou para Betânia e, levantando as mãos, os abençoou. 51.Enquanto os abençoava, separou-se deles e foi arrebatado ao céu. 52.Depois de o terem adorado, voltaram para Jerusalém com grande júbilo. 53.E permaneciam no templo, louvando e bendizendo a Deus."
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